Olá, tudo bem? Não sei a que horas você está lendo este texto, então, bom dia, boa tarde ou boa noite!
Para começar
o nosso texto de hoje, vou contar uma historinha, inventada, para que fique mais
fácil de entender o tema, que é bem atual: a depressão! É importante lembrar
que o personagem não foi inspirado em nenhum amigo, parente ou paciente, então, qualquer semelhança é mera coincidência, ok?
“Bruno andava triste, e já não era de
hoje. A vizinhança toda estava comentando o que estava havendo, visto que Bruno
era um menino alegre e que vivia brincando com todo mundo. Bruno tinha 25 anos,
trabalhava, cursava mecânica; morava com os pais em uma casa boa, bonita, tinha um irmão
mais velho e uma irmã caçula e estava juntando dinheiro
para comprar seu próprio apartamento, era um menino esforçado! Bruno, todos os
dias, se perguntava o porquê de toda essa tristeza e se culpava: “pare com isso! Você não tem motivos para estar triste! Tem gente passando frio
e você tem cama, casa e roupas quentinhas, e está aí, triste? Ahhh, vá catar
coquinho Bruno! ” E este pensamento fazia Bruno se sentir ainda pior, ingrato, triste e com grande sentimento e culpa. Estava se arrastando há
algumas semanas, tanto para ir ao trabalho, como para ir ao curso, que, no
início do ano, era sua maior paixão! Quando iniciou o curso, Bruno era o
primeiro a chegar em sala de aula e o último a sair; devido ao seu interesse
nos conteúdos e nas matérias, notas altas em provas e trabalhos, conseguiu um
ótimo estágio em uma grande multinacional da cidade; nessa época, Bruno também
frequentava a academia do bairro, e as mudanças físicas em seu corpo elevaram
sua autoestima e autoconfiança, fazendo com que Bruno alavancasse ainda mais em
diversas áreas de sua vida. Mas tudo isso, aos poucos, foi mudando.
Quando criança, Bruno teve uma infância normal e saudável. Bruno era o filho do meio, e seu irmão mais velho
era considerado o inteligente da casa, Bruno era o sociável, o engraçado, o
simpático e a caçula, uma menina, a princesa. Bruno queria ser o inteligente,
queria tirar as notas tão altas quanto as do irmão, mas, por mais que se
esforçasse, continuava sendo o sociável. Quando entrou para o curso, Bruno
entrou determinado a ser o 1º da sala, e por um tempo conseguiu e estava muito
satisfeito e feliz; entrou para a multinacional, ajudava os pais em casa, mas
não era o suficiente, Bruno continuava sendo “aquele menino sociável, engraçado
e simpático”, e o irmão, o inteligente, o garoto prodígio. Bruno sentia que seu
esforço não valia a pena, que por mais que fizesse por merecer, não seria
recompensado, e começou a ficar triste, começou a sentir que nunca seria o
menino inteligente. Perdeu o prazer em ir para o curso, em trabalhar, estava
sempre cansado, com sono, parou a academia e com o tempo, já nem tinha mais
vontade de se arrumar, “Me arrumar pra que? Ninguém vai me notar mesmo! ” Bruno
estava perdido em milhares de pensamentos e sentimentos negativos, seu
passatempo favorito era ficar no quarto, assistindo algo na televisão ou no
computador, e seu desempenho no trabalho começou a cair. Bruno achava que havia
algo conspirando contra ele, e sentia muita raiva…”
Para que não fique cansativo e entediante, hoje, apresentarei, através da
história do Bruno, os sintomas da depressão, e no próximo texto, explicarei
como o psicólogo pode ajudá-lo.
Hoje em dia fala-se muito em depressão, mas eu, como psicóloga, vejo que muita
gente confunde a depressão com o "ficar muito triste"; ficar triste é comum , mesmo que muuuito triste, e é saudável! Imagine um mundo só com pessoas alegres o tempo todo?!
Eu, particularmente, ficaria muito brava com pessoas alegres quando eu acordo (risos)!
Bruno sentia culpa por estar triste, algumas vezes, raiva, e não tinha ideia de que estava entrando em depressão; Não conhecia seus sinais e sintomas e, como boa parte da população, nem imaginava que a depressão é uma doença. Hoje, já está comprovado que existem alterações químicas
no organismo do indivíduo com depressão, e isso tudo contribui com a sua
situação atual. Resumidamente, o que posso dizer, é que na depressão, há uma queda
de algumas substâncias, chamadas serotonina, noradrenalina, dopamina e outras,
que são responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar.
Como
mencionei na história, Bruno andava triste há algum tempo. Um dos fatores que
diferencia a depressão da tristeza é há quanto tempo a pessoa vem se sentindo
assim. Como disse, é natural e saudável ficar triste por um ou dois dias,
principalmente quando há uma razão para tal; quando este período de
tristeza se estende por semanas ou meses é interessante prestar atenção com bastante cuidado nos outros sintomas que vou falar abaixo e sempre (sempre) buscar ajuda de um profissional da área (psicólogo ou psiquiatra).
Bruno amava seu curso, seu trabalho, a academia, mas com o tempo deixou de
sentir prazer nas atividades que sempre gostou. A perda de interesse
por atividades que, antes eram interessantes e satisfatórias é outro sintoma
clássico da depressão; especialmente quando envolve o abandono dos mesmos;
Bruno acabou abandonando a academia, teve uma queda no rendimento no trabalho e
no curso, etc.
A depressão está também “rodeada” de pensamentos negativos. No caso
de Bruno, vemos “meu esforço não vale a pena, sou só simpático e sociável
(anulação do lado positivo), ninguém me nota, tem algo conspirando contra mim”
entre outros; pensamentos como este geram raiva, insegurança, medo, tristeza e etc.
Para terminar, um dos passatempos preferidos de Bruno passou a ser ficar
em seu quarto, assistindo algo na televisão ou no computador, estava
sempre cansado, com sono; a falta de motivação, falta de vontade,
procrastinação (deixar para depois, adiar as coisas), também são sintomas de
depressão, bem como preferir ficar sozinho no quarto
a ficar na companhia de outras pessoas (quando antes se preferia o contrário).
O que vimos hoje aqui foi a história do Bruno e através dela, pude falar um
pouquinho da depressão, uma doença que não escolhe idade, gênero, raça ou
classe social e que, segundo a organização mundial de saúde, atinge cerca de 7%
da população mundial e é uma doenças mais incapacitantes para o trabalho e outras atividades (fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/12/1563458-depressao-ja-e-a-doenca-mais-incapacitante-afirma-a-oms.shtml).
O melhor e tudo isso é saber que é um quadro reversível, e no próximo texto,
vamos ver como o Bruno saiu dessa!
Para quem tiver interesse, tenho também uma fanpage no facebook: https://www.facebook.com/batepapocompensamentos , um perfil no instagram:www.instagram.com/batepapocompensamentos e agora um perfil no periscope psc_Juliabb
Espero que gostem, fiquem com Deus e até a próxima
Muito
obrigada,
Júlia B.
Benedini - Psicóloga
(CRP:
08/14965)
"O pensamento é o ensaio da ação
(Sigmund Freud)"
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